Telepresença com robótica

Quando se discute as tendências do uso de tecnologia para os próximos anos no Brasil, observa-se que os dois principais eventos esportivos mundiais que ocorrerão em nosso país em 2014 (Copa do mundo) e 2016 (Olimpíadas) são citados como situações que permitirão uma validação. Isto é, se será ou não usado. Dentre as diversas formas de convergência tecnológica que estão sendo apresentadas para o mercado, uma tem tido atenção especial. Trata-se da telepresença.

Basicamente, a telepresença é um conjunto de tecnologias com a capacidade de conectar em tempo real, pessoas ou objetos, que se encontrem geograficamente separadas, por meio de ligações vídeo e audio de alta definição. Contudo, é possível potencializar a telepresença aplicando a robótica móvel inteligente. Com a convergência das duas tecnologias é possível aumentar a interatividade, ampliar o sentimento de presença e gerar uma quantidade de aplicações para diversos mercados como logística, segurança, atendimento pessoal, etc.

Em São Carlos (SP), uma empresa de robótica móvel chamada XBot fabrica uma plataforma aberta chamada RoboDeck que permite desenvolver sistemas de telepresença. A empresa iniciou um trabalho em parceria com professores da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) e da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da UNICAMP e também com o Centro de inovação tecnológica Venturus para desenvolver o primeiro sistema de telepresença para área de saúde no Brasil. Para o diretor da empresa, Antonio Valerio Netto, que é doutor em computação pela USP é fundamental a parceria tecnológica com a universidade e o instituto de tecnologia pois acelera o processo de desenvolvimento do produto. Valerio Netto, salienta que como se trata de uma ação multidisciplinar seria difícil de encontrar o conhecimento técnico necessário para a realização do trabalho em uma única instituição. Além disso, a presença de uma empresa, uma universidade e um instituto de tecnologia aumenta as chances do produto final ser competitivo comercialmente e possuir um grau de tecnologia embutido que melhora as barreiras de entrada para uma concorrência internacional.

Outra aposta da empresa, são sistema de telepresença robóticos para serem inicialmente utilizados para atendimento pessoal em locais com grande circulação de pessoas, inclusive de diversas nacionalidades. As ações estão focadas principalmente nos eventos a partir de 2013 até 2016 quando o Brasil ira sediar pelo menos quatro mega eventos internacionais, principalmente esportivos, que mobilizarão multidões e grandes volumes de recursos. Só a Copa do Mundo de 2014 vai atrair cerca de 660 mil turistas estrangeiros, além dos locais, e injetar R$ 143,4 bilhões na economia brasileira, conforme pesquisa da Ernest & Young e fundação Getúlio Vargas.